Com praticamente duas décadas de existência, os Corpus Christii são um nome incontornável no black metal mundial. A propósito da sua próxima atuação, no Mosher Fest em Coimbra (sábado), entrevistámos Nocturnus Horrendus, que abriu o livro acerca da história da banda, black metal e um pouco mais.
MOSHER TV – Vocês são uma banda com uma longevidade e reconhecimento notáveis. Que principais diferenças (ou semelhanças) sentes na motivação e processos de composição entre a altura em que começaram e os dias de hoje?
NOCTURNUS HORRENDUS – Hoje em dia as coisas são bem diferentes. No início encontrava-me com o Ignis [Nox, teclista e membro fundador] e passávamos dias, se preciso… horas a fio a trabalhar em músicas. Demorávamos oito a dez horas só a programar a bateria no Fast Tracker. Éramos jovens, com disponibilidade, e muito – mas muito – ingénuos, mas isso foi bom; fez com que o fizemos fosse genuíno e puro. E é isso que tento manter, a ingenuidade e a pureza, o sentido puro de como eu vejo o black metal, o seu “core” graúdo e enraizado há já tantos anos.
Acredito no fundamentalismo em que este meio foi criado, nos seus fundadores, os que visionaram isto. Mesmo ter vindo de algo ou do nada, é um meio mágico, e eu mesmo hoje em dia, caio sempre num nevoeiro de fascínio pelo que estou a fazer. Eu e a guitarra ou uma letra, os arrepios no braço, a sombra que se põe sobre mim.
Posso ser mais velho, posso já ter 18 anos de Corpus Christi, mas quando faço algo, sinto como se fosse o meu primeiro dia.
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